1 de dezembro de 2012

2012/2013 - Taça de Portugal: Académica 3 - Tourizense 0: 1/4 final: já lá estamos!



A Académica venceu este sábado o Tourizense por 3-0 em jogo que contou para a 5ª Eliminatória da Taça de Portugal. A Briosa já vencia ao intervalo por 1-0 e na etapa complementar confirmou esse triunfo. Edinho, Wilson Eduardo e Nivaldo marcaram os golos dos "estudantes".

Perante um conjunto bem organizado, a Briosa arregaçou as mangas e partiu para uma exibição segura e confiante que permitiu aos comandados de Pedro Emanuel seguirem em frente na Taça de Portugal.

Aos 37 minutos, Edinho inaugurou a contagem e a dez minutos do fim do jogo, através de uma grande penalidade, Wilson Eduardo acabou com as dúvidas e fez o 2-0 para a Briosa. Já no período de compensação, Nivaldo finalizou da melhor maneira um contra-ataque da Académica e fez o 3-0 final.

Os "estudantes" seguem para os quartos de final da prova e continuam a defesa do título.

Sempre Juntos. Sempre Presentes.
in academica-oaf.pt

nº espectadores: 1239
nota ao árbitro Rui Costa: 3
melhor do Tourizense: Gustavo
melhor da Académica: Edinho
notas e melhores by Luis Carlos Melo in Rádio Regional do Centro


Crónica

É uma espécie de suspeito do costume na Académica. Quando a equipa parece fraquejar ou está em dificuldades, lá aparece o golinho da ordem de Edinho para sossegar os apaniguados estudantis. Foi o quarto jogo consecutivo do goleador a faturar.

Não houvesse Edinho e esta bota chamada Tourizense teria sido muito mais difícil de descalçar para a formação amplamente favorita. Outrora quase irmãos, ao ponto de partilharem jogadores, agora de costas voltadas, as duas equipas protagonizaram o primeiro jogo oficial entre ambas, apesar de já se terem defrontado tantas e tantas vezes em amigáveis.

Tratou-se, pois, de um derby do distrito de Coimbra, animado pela forma desinibida e quase felina como a equipa de Touriz se apresentou. Com uma média de idades pouco superior a 20 anos, os rapazes de André David, ele próprio um miúdo de 27 anos, puseram a velha Briosa em guarda.

Foi preciso aos estudantes levar um valente susto, por volta da meia hora de jogo, para finalmente acordar. Telmo surgiu sozinho frente a Peiser e só a pronta intervenção do francês evitou o pior. Terá sido o tal toque que faltava para chamar a equipa à razão.

A partir daí, só deu Académica. Edinho fez o golo, Afonso atirou à barra, enfim, num ápice, a diferença entre escalões foi reposta, testemunhando, sem surpresa, a superioridade dos da casa. A tendência foi apenas quebrada já a meio da segunda parte, quando os estudantes costumam claudicar.

Nessa altura, Perdigão semeou o pânico na defesa coimbrã, já depois de Alemão ter testado Peiser, e era evidente que a equipa do concelho de Tábua continuava a acreditar. Mas, mais uma vez, vieram ao de cima as limitações de uma equipa da II Divisão: a manta não estica.

Os comandados de André David bem queriam chegar lá à frente, mas depois destapavam-se lá atrás. Soro foi ingénuo na entrada sobre Edinho e mandou Wilson Eduardo para a linha de 11 metros. Fim da história, apesar de Nivaldo ainda ter feito o terceiro ao cair do pano.

Lá pôde ir a Briosa de viagem esta segunda-feira para Israel com a sensação de dever cumprido, depois de, mais uma vez, ter conseguido defender a Taça conquistada no ano passado. Os quartos de final já estão garantidos. Venha o próximo.


Opiniões

Pedro Emanuel, treinador da Académica, no final da vitória sobre o Tourizense, este sábado, em Coimbra, e que permitiu aos estudantes atingir os quartos de final da Taça de Portugal:



«Sinto o Jamor tão próximo como qualquer outro dos intervenientes nesta fase da prova. Temos metido seriedade, porque há uma tendência natural para as pessoas desvalorizarem adversários de divisões inferiores. Hoje, mais uma vez, ficou provado: uma equipa cheia de jovens, aguerrida, de facto com bons valores, e sentido coletivo de jogo muito interessante, veio aqui jogar o jogo pelo jogo e criou-nos as dificuldades esperadas. Fomos competentes, sérios e objetivos, e acabámos por passar aos quartos de final, que era o nosso objetivo.

[A final é outra vez a meta?] Se formos analisar o início desta competição, tal como a Taça da Liga, dissemos que temos um sonho. No ano passado foi concretizado, este ano não será diferente. Sabemos que é difícil, se calhar as oportunidades têm de ser aproveitados e temos de continuar a ser sérios e competentes, demonstrando respeito por todos os adversários.

[O facto de o F.C. Porto ter sido eliminado pode facilitar o percurso?] Facilita tanto para nós como para o Braga, por exemplo. Não vejo onde podemos beneficiar com isso. O nosso percurso, é traçado com vitórias, que vamos conseguindo. Esperamos agora tranquilamente pelo próximo adversário, para ver se o conseguimos passar. Seja ele qual for. Os favoritos começam a ficar para trás, caiu o Sporting, o Porto, e grande parte das equipas da Liga. Ficarão algumas a alimentar o sonho, e, de certeza, que iremos dar a vida para ultrapassar a próxima eliminatória e subir mais um degrau para chegarmos ao Jamor.»

João Dias, jogador da Académica, no final da vitória sobre o Tourizense, este sábado, em Coimbra, e que permitiu aos estudantes atingir os quartos de final da Taça de Portugal:



«Temos a experiência do ano passado, depois de termos ganho a Taça, este ano também temos esse objetivo, temos dado o máximo e vamos tentar cada jogo. Sabíamos que ia ser um jogo complicado, diante de uma equipa jovem, com qualidade, que se queria mostrar, mas acabámos por simplificar as coisas e traduzir as oportunidades em golos. É óbvio que, com o decorrer da competição, passando cada eliminatória, temos esse sonho, esse objetivo, de voltar ao Jamor. Vencemos e vencemos bem, Estamos nos quartos de final e temos de pensar passo a passo, com os pés assentes no chão e trabalhar para isso.

[Os grandes vão caindo, aumentam as hipóteses para a Académica?] Não pensamos nisso. A Taça é muito complicada, porque caem essas equipas favoritas, mas as outras motivam-se mais ainda, alimentam o sonho. Depois do sorteio, logo pensaremos no adversário.

[Tem jogado mais esta época e este sábado até foi capitão...] Independentemente de jogar, uma vez que no ano passado, por exemplo, joguei menos, mantenho sempre o mesmo espírito e compromisso: trabalhar para ajudar equipa. Claro que, quando se joga, sentimo-nos mais motivados e felizes. O facto de ter sido capitaneado a equipa é uma consequência lógica, era dos mais antigos em campo. Independentemente disso sei qual meu papel na equipa, mas, claro, é motivador e motivo de orgulho.»


André David, treinador do Tourizense, no final da derrota com a Académica, este sábado, em Coimbra, e que afastou a equipa da Taça de Portugal:

«Claro que é um resultado justo e espelha a diferença que houve em termos de jogo jogado entre as equipas. É o espelho das oportunidades que a Académica teve e concretizou, enquanto nós, que também tivemos algumas, mas fomos capazes de marcar. Viemos com o grande objetivo, depois de entrar numa guerra que não é para as nossas armas: queríamos aparecer, mostrar a nossa qualidade e princípios de jogo, no fundo, o futebol que é praticado na II Divisão. Penso que conseguimos isso, portanto estamos de parabéns. Estou orgulho porque chegámos aos oitavos de final da Taça, frente ao detentor do título, uma equipa que joga a Liga Europa. Só podemos estar satisfeitos. Agora vamos para a nossa guerra, que não é esta. A certa altura perder por um ou mais não era importante, mas sim mostrar nosso futebol. Podíamos fazer jogo direto, bloco baixo e jogar com bolas nas costas. Mas isso não se consegue numa semana de trabalho. Ou ganhávamos com as nossas armas ou então vínhamos para potenciar os nossos jogadores.»

Outros destaques

Nivaldo fez neste jogo o seu primeiro golo oficial pela Académica.

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